31 de mai. de 2009




Um Olhar sobre Paraisópolis
Texto de Renato Palmares 
Ensaio sobre Paraisópolis  










(A favela me criou), e ela é que tem ensinado a ser quem sou.
Muito mais que um fruto do gueto, muito mais que mão-de-obra barata, muito mais que números de frias estatísticas que falam de mortalidade infantil, analfabetismo, abortos, tráfico de drogas, homicídios, falta de saneamento básico ou qualquer outros desses tenebrosos mantras que refletem o abandono.













A favela me criou e a vida me ensinou que não somos apenas um número de título eleitoral.
O sangue que corre em nossas veias irriga nossos olhos e a paisagem tantas vezes tristes afiam nossa visão, o que vemos aguça todos os nossos sentidos.
É possível então sentir a humanidade encoberta pelos números.
A força da honestidade de gente tão humilde, a beleza de seus sonhos simples, o infinito universo encarcerado na cela forte da realidade.















É possível então sentir a humanidade encoberta pelos números.
A força da honestidade de gente tão humilde, a beleza de seus sonhos simples, o infinito universo encarcerado na cela forte da realidade.







Assim, nos é possível captar muito além do que se pode ver, muito além do que muitos querem ver, captar a alma dos que se chamam povo, o povo verdadeiro, a massa que é soma de individualidades, os indivíduos que compõem a massa.