Silenciando aos que não tem voz
Em cada esquina músicas ,ritmos diferentes,
Pessoas perambulando, trabalhando
ou passando o tempo simplesmente.
Senhoras e senhores conversando,garotos e garotas dançando,
Funk, Pagode, Samba, Hip Hop,
Versando Rap ou curtindo Rock.
A favela fervilhando...
Mal amanhece e logo começa:
Despertadores apitam...
Peruas que passam...
Crianças que choram...
E o sol logo nasce.
Dia-a-dia de favela é assim,
A qualquer hora tem barulho, balburdía,
Ruas sempre cheias,transporte lotado.
E é dia de alegria, e é dia de fracasso.
A comadre bate a porta,
Quer ter um bate-papo,
fofocar sobre a vizinha do lado,
pedir açúcar e sal emprestados.
Com lama e barro nas ruas sem asfalto,
no sobe-e-desce das ladeiras,
Estamos sempre no corre.
Matando um dragão por dia
e ainda fingindo alegria
pros filhos que ainda não cresceram.
Ao entardecer na favela sentimos algo diferente.
Noventa mil habitantes...
Tanta quietude quer dizer...
-Toque de recolher!
Ao ligarmos nossas TV's
"Enfrentamento com a polícia na Paraisópolis:
A segunda maior favela da Metrópole.
"Um choque...
E lá vem a tropa de choque.
Os helicópteros sobrevoam...
As sirenes soam...
São tiros e bombas pelo ar
.Gritos e choros a ecoar.
-Daqui ninguém sai, aqui ninguém entra!
Estamos todos encurralados.
Veracidade da mídia...
No foco da mídia desfocados.
Amanhã esquece.Segue a vida.
E a vida como Deus manda ou desmanda
Seguirá.
Na esperança que um dia virá
a salvação caída do céu.
Elaine Braga (Moradora de Paraisópolis)
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